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    sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

    Benfica história V - década de 50 (a epopeia do estádio)

    Década de 50: A epopeia do Estádio

    Portugal vivia sob a batuta do Estado Novo. Era um País rural, a iniciar uma industrialização tardia e a fazer deslocar, para as cidades do litoral, uma população que fugia às más condições de vida sentidas no interior. Um êxodo rural que determinou, entre 1940 e 1960, um crescimento demográfico elevado na cidade de Lisboa (de 694 389 para 802 230 habitantes, respectivamente). Nos primeiros anos da década de 50, a vida do Clube é marcada pela necessidade de se construir um novo campo de jogos, para substituir as instalações do Campo Grande, inadequadas já para um clube com a dimensão crescente do Benfica. Após alguma polémica, foi, finalmente, escolhido um local na Cidade, amplo e significativo, em Carnide - o Sport Lisboa e Benfica regressava a... Benfica.

    Joaquim Bogalho, antigo futebolista, viria a ter o seu nome ligado para sempre ao Estádio. Dedicou a vida ao Clube: foi Águia de Ouro em 1938 e eleito Presidente da Direcção em 1952. É no verão desse ano que o Benfica recebe as primeiras dádivas dos sócios. Em 1954, após uma célebre e ampla campanha de subscrição de fundos, accionada entre os simpatizantes benfiquistas, Joaquim Bogalho é o protagonista de uma das fases de maior relevo no historial do Clube: a construção do majestoso Estádio da Luz e a modernização e profissionalização do futebol, com a contratação do técnico Otto Glória, dando, assim, o primeiro passo para a projecção do Benfica na Europa.

    Na década de 50, o Benfica vence 3 campeonatos nacionais da I Divisão (1954/55, 1956/57 e 1959/60) e 6 Taças de Portugal (1951, 1952, 1953, 1955, 1957 e 1959). É durante este período que sobressaiem, de águia ao peito, grandes nomes do futebol português e europeu: Francisco Calado, Palmeiro, Zézinho, Costa Pereira, Ângelo, Germano, José Águas, Coluna, José Augusto e Cavém, entre outros. Nos primeiros anos da década, destacam-se as 4 vitórias consecutivas na Taça, com realce para a de 1952, em que o Benfica venceu o Sporting por 5-4, com Rogério a assinar o golo decisivo a apenas 15 segundos(!) do final do encontro. No livro de memórias dos anos 50 merece, também, destaque especial o expressivo triunfo de 4-0 obtido frente ao Barcelona, em 1957.

    O eclectismo ganha força, com a introdução no Clube de novas modalidades (Boxe, Badminton, Patinagem Artística e Caça Submarina). Para além do lançamento do semanário O Benfica, em Outubro de 1957, o Clube publica o primeiro número da Revista mensal "O Benfica ilustrado". Em 1958, são inauguradas as quatro torres de iluminação do Estádio, que passam a viabilizar a realização de jogos nocturnos. O Benfica vence vários Campeonatos Nacionais: 4 em Atletismo, 5 em Hóquei em Patins, 1 em Râguebi, 8 (6 consecutivos) em Ténis e 11 em Ténis de Mesa (6 masculinos e 5 femininos). Merecem, ainda, referência muito especial os seguintes atletas: Matos Fernandes e Tomás Paquete (Atletismo); Homero Reis (Basquetebol); João Marcelino (Ciclismo); Cruzeiro, Lisboa, Perdigão e Mário Lopes (Hóquei em Patins); Edite Cruz (Patinagem Artística); Francisco Campas, Manuel Carvalho e Alberto Ló (Ténis de Mesa); David Cohen (Ténis); e Aníbal de Matos, Paulo Bastos, Luís Caldas, Luíz Miramon e Rosinha Trindade (Râguebi).

    retirado do site oficial do SLB

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