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    segunda-feira, 30 de agosto de 2010

    Zoran Filipovic





    Titograd. Jugoslávia. 6 de Fevereiro de 1953. Avançado.
    Épocas no Benfica: 3 (81/84). 
    Jogos: 84. Golos: 41. 
    Títulos: 2 (Campeonato Nacional) e 1 (Taça Portugal).
    Outros clubes: Estrela Vermelha de Belgrado, Club Brugge e Boavista. 
    Internacionalizações: Jugoslávia.


    Havia quase 20 anos que José Águas tinha envergado pela última vez o mais carismático equipamento desportivo do país. José Torres, esse, era também passado. Antes mesmo do filho Rui e até talvez melhor, ninguém como o jugoslavo Zoran Filipovic remeteu os benfiquistas para uma das mais apetecidas memórias. Ele que tinha a elegância de Águas, o gesto técnico, a impulsão, o apego ao golo, até traços fisionómicos que não destoavam.

    A estreia revelou-se aprobatória, em embargo da derrota, na Antas, por 2-1, mas com um golo da sua criação. Arrancava a temporada de 81/82, Baroti mantinha a liderança técnica. Depois de Jorge Gomes e César, Filipovic, natural da província de Montenegro da velha Jugoslávia, era o terceiro estrangeiro a ingressar no clube. O Benfica não revalidou o título, é certo, mas o antigo jogador do Estrela Vermelha de Belgrado, já quase trintão, venceu a fase de reconhecimento, enterrou dúvidas, afirmou-se como pedra de toque na ofensiva, acompanhado pelo inevitável Nené.



    No ano seguinte, Filipovic não abjurou as credenciais, tendo assinado mesmo uma temporada fantástica. Com Eriksson, o Benfica reconquistou o título nacional, venceu a Taça de Portugal e chegou à final da Taça UEFA. Nesta prova, em 12 jogos, apontou oito golos, cotando-se como o mais precioso jogador da equipa. Três golos à Roma e um à Universidade de Craiova, respectivamente nos quartos e nas meias-finais, catapultaram o conjunto para nova final europeia, ao cabo de 15 anos de jejum.


    Na terceira e última época, Filipovic voltou a sagrar-se campeão nacional, mas o registo de oito participações apenas, ainda que com sete golos averbados, é reveladora das dificuldades para se impor no colectivo, já na ternura da veterania. De resto, foi também um ano dourado da dupla Nené (21 golos) e Diamantino (19 golos), mais do emergente dinamarquês Manniche (11 golos).

    Zoran Filipovic regressou ao Benfica, em 94/95, como membro da equipa técnica chefiada por Artur Jorge. Não foi feliz, ainda que em Maio de 96, já com Mário Wilson treinador principal, tenha contribuído para o triunfo na final do Jamor. A sua competência, a sua dedicação, mais ainda os seus golos, colocam-no na estante dos notáveis que a águia ao peito trouxeram.

    1 comentário:

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