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    domingo, 8 de agosto de 2010

    Benfica 0-2 Porto

    Benfica 0-2 Porto
    3' Rolando
    67' Falcao
     
    texto de trainmaniac retirado de serbenfiquista.com  

     
    Foi um Benfica incompreensível o que alinhou no primeiro jogo oficial da época 2010/11, perdendo em toda a linha a batalha para o Porto pela conquista da Supertaça. Jesus alinhou um 4-1-3-2 com Roberto na baliza, Peixoto, David Luiz, Luisão e Ruben Amorim na defesa, Airton, Aimar, Martins e Coentrão no meio campo, e depois Saviola e Cardozo na frente. O equívoco táctico foi evidente, com a equipa a voltar a exibir-se muito cinzenta neste modelo, à semelhança da maioria das vezes em que alinhou neste sistema na pré-época. Ainda por cima, Airton voltou a mostrar que em 4-1-3-2 perde claramente para Javi Garcia, ao contrário do que acontece no 4-3-3 que tão bons resultados exibicionais vinha dando, onde aí sim Airton dava cartas.
    A displicência, arrogância, sobranceria e até violência com que o Benfica abordou o jogo fez lembrar a triste exibição do adversário de hoje na final da Taça da Liga do ano passado, o que ainda mais se lamenta no nosso caso, que primamos por outros valores, claramente. A desorganização táctica da equipa, visível na transição defensiva da equipa e já notada na pré-época, como fui fazendo questão de realçar em alguns textos que publiquei, entregou a SuperTaça ao adversário. Amorim sozinho no flanco direito, Luisão a tentar compensar Amorim e a destapar o meio, o meio campo a dar imenso espaço nas suas costas e o adversário com espaço para dar e vender para aproveitar no ataque.
    Quando a isso se junta a pressão alta do adversário, com os avançados benfiquistas isolados do jogo, nem o ataque funciona, e por isso vimos uma exibição pálida (para não dizer vergonhosa) da equipa no ataque, quase sempre sem ligação entre os seus jogadores, muito atabalhoado e a viver de passes feitos à queima que resultavam boa parte das vezes em contra-ataques perigosos do adversário.
    Vamos aos factos, boa parte deles motivaram alguns receios meus na pré-época, e impediram-me de exultar assim tanto com o festival ofensivo a que assistimos várias vezes.
    • Gaitan é craque (conheço-o da Argentina), mas nos últimos dois anos andou a jogar entre a meia direita e o lugar de segundo avançado, com fugazes passagens pela esquerda e pela posição 10. Se o objectivo era ter em Gaitan um indiscutível, com tudo o que isso implica, houve uma falha de análise.
    • Sem Ramires, e com Amorim obrigado a ser alternativa a Maxi, faltam dois jogadores para interior/extremo direito. Martins nesse lugar pode ser uma boa solução ofensiva, mas compromete o edifício defensivo todo do Benfica. Defendo portando um lateral para alternar com Maxi, libertando Amorim para competir com a vinda de um centrocampista de inegáveis méritos para substituir Ramires.
    • Falta um jogador para a esquerda, para poder deixar Gaitan na sombra na sua complexa adaptação ao que querem tirar dele nesta nova época. Deixar ir embora Urreta (podia não ser a melhor solução na óptica de Jesus, mas era uma solução) sem arranjar mais alguém para compor este flanco, sinceramente parece-me difícil de entender.
    • Entretanto, e a confirmarem-se os 6M€ dados por Rodrigo (até ver, o oitavo avançado do plantel!), o Benfica soma 32M€ em aquisição de passes este ano, e continua com três lacunas importantes.
    • Tacticamente estamos a anos-luz do ano passado, a desorganização defensiva tem sido gritante, e apenas a chuva de golos da pré-época mascarou isso aos olhos de muita gente. No 4-3-3 que Jesus foi testando este ano estamos um pouco menos mal, sendo até mais efectivos a defender nesta táctica do que no 4-1-3-2. Falta muito trabalho...
    Não é o fim do mundo, mas no primeiro jogo a sério da época, todas as hesitações da pré-época fizeram a sua aparição. No lado direito por exemplo até acharia mais produtivo ter Luís Filipe a defesa direito e Amorim no meio campo, do que Amorim e Martins... pelo menos não se comprometia tanto tacticamente.
    Há que levantar a cabeça, e se o treinador tem de facto ainda bastantes arestas a limar na equipa, não se pode esconder também que o plantel está desequilibrado e com falta de alguma matéria-prima para elevar decisivamente esta equipa para outro patamar.
    Daqui a uma semana, a realidade já terá forçosamente de ser diferente.

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