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    quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

    Adolfo António da Cruz Calisto

    Barreiro. 1 de Janeiro de 1944. Defesa
    Épocas no Benfica: 9 (66/75). 

    Jogos: 205. Golos: 5. 
    Titulos: 6 (CN) e 3 (TP)
    Outros Clubes: Barreirense, Portimonense e Seixal. Internacionalizações: 15.


     
    Pôs o pé no patamar da glória. Wembley foi a janela escolhida. Adolfo, em meteórico ascenso, parecia uma ilha, só que rodeada de craques por todo o lado. Até se mostrou desembruxado. Pior foi aquele prolongamento, mais George Best, aqui-d'el-rei, o Benfica perdeu a Taça dos Campeões, com o Manchester United, no Maio de 68, que era de festa no outro lado da Mancha.

    Mais um produto do vivaz do campo de recrutamento do Barreiro. Luta e futebol, o binómio decisivo. Por isso deu Félix, deu Moreira, deu José Augusto, deu Mário João. Daria Chalana. Como deu Adolfo já no Benfica, para a primeira de 9 temporadas.

    Dianteiro nas camadas juvenis, começou a ganhar expressão no posto de lateral direito, apenas se fixando no flanco contrário, depois de Cruz ter renunciado. Adolfo entrou a vencer, ele que havia jogado apenas no Barreirense e no Seixal. Na mega equipa de Eusébio, Coluna, José Augusto, Torres e Simões foi uma limpeza. Uma colecção farta de honrarias. Seis campeonatos e três taças de Portugal haveria Adolfo de fazer constar no cardápios da bola.

    Era um lateral do jogo moderno. Versátil, subia no corredor sem constrangimentos tácticos. Com ele, como que vingou un novo fundamento no exercicio da função. A linha divisória da intermediária já não estabelecia a diferença que vai da acção defensiva para a exploração atacante. Foi assim com Adolfo. Um revolucionário.

    Na selecção nacional defendeu as cores por 15 vezes. Numa altura em que o vermelho pátrio esmagava o verde e quase fazia inexistir outras tonalidades, Adolfo encontrou na Minicopa, em 1972, no Brasil, o espaço de maior notoriedade. Deixou cartel, como cartel deixaria na campanha europeia que culminou nas meias finais da Taça dos Campeões, com o Ajax, na época a única esquadra suceptivel de barrar a excelência do futebol benfiquista. Eram os tempos de José Henrique e Fonseca; de Artur, Malta da Silva, Humberto Coelho, Rui Rodrigues, Messias, Zeca e Adolfo; Vitor Martins, Jaime Graça, Toni e Simões; de Nené, Eusébio, Artur Jorge, Vitor Baptista, Jordão e Diamantino. Mais, bem mais, que uma selecção Nacional. Como diria o eterno Pinhão, aí que saudades, aí, aí!

    Adolfo jogou pela derradeira vez no clube a poucas horas de cair o pano daquele histórico 1974. Deixou quinhão, deixou mérito, deixou responsabilidade, numa das melhores gestações de sempre. E assim justificou o Benfica.

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