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    terça-feira, 16 de março de 2010

    Eduardo José Corona

    Barreiro. 1 de Setembro de 1925. Avançado.
    Épocas no Benfica: 7 (46/53). 

    Jogos: 129. Golos: 60. Títulos: 1 (Taça Latina), 1 (Campeonato Nacional) e 4 (Taça de Portugal).
    Outros clubes: Barreirense. 


     Equipa 1948/1949 – Corona foi o melhor marcador com 23 golos


    O que é uma Corona? Uma descarga luminosa. O que era o Corona? Uma descarga luminosa. Uma? Duas, três, muitas descargas luminosas. De vermelho-vivo. No seu posto, no seu flanco. Com a sua arte, a sua magia. Para fazer assistências, fazer golos. Dar alegrias, dar títulos.

    Era mais um produto do vivificante Barreiro. Chegou ao Benfica na época 46/47, a quarta consecutiva e último da húngaro Janos Biri. Só fez cinco jogos e dois golos, que não era fácil garantir sucesso no reino da águia. No reino dos também avançados Julinho, Arsénio, Espírito Santo, Baptista, Mário Rui e Rogério. No ano seguinte, com o regresso de Lipo Herezka ao comando, passou a ser mais utilizado. Uma derrota, em casa, frente ao Elvas, inviabilizou a toma do Nacional. Venceu o Sporting, com os mesmos pontos, mas à melhor de um golo. Por isso, rotulada a prova foi de campeonato do pirolito.

    Progressivamente, Corona ia garantindo a titularidade. Só que explodia de ganância por um titulo, que teimava em escapar. A música era ditada pelos Violinos do Sporting. Assim foi também em 48/49, época em que o Benfica infligiu 13-1 ao Académico de Viseu, com dois golos da sua lavra, registo apenas superado 40 anos depois, num Benfica-Riachence, para a Taça de Portugal, com Toni no banco e o nigeriano Ricky a marcar seis tentos. Valeu, então, a Taça, ganha à custa do Atlético (2-1), com Corona na abertura do activo.



    Sob a direcção de Ted Smith, finalmente, a consagração na magistral temporada de 49/50. Vitória no Campeonato, vitória na Taça Latina. Um golo apontou ao Bordéus, antes da finalíssima, que não prescindiu da sua presença. Mais três Taças de Portugal haveria de ganhar, frente à Académica, ao Sporting (com um golo) e ao FC Porto. Nesta última, participou no inicio do trajecto, mas não no embate decisivo. É que a descarga, essa, já não era tão luminosa.

    Fez 129 partidas oficiais, tendo apontado 60 golos. Uma marca simpática, no mínimo, para um extremo. Era à direita que Corona elegia terreno propicio às suas habilidades. Escorreitas, sempre. Tratava a bola com intimidade, com subtileza, com gabarito. Era um ablutor do ataque. Na imensidão dos seus truques. Corona jamais deslustrou ao lado de Félix, de Francisco Ferreira, de Espírito Santo, de Arsénio, de Julinho, de Águas, de Rogério. Corona acrescentou. Com nível superior. Pela elementar razão de que significava continuidade ou, melhor ainda, fundada a expectativa na mudança das agulhas de um jogo. Motivo de sobra para ser incluído no género dos criativos. Daqueles que não são proscritos pela verdade centenária.

    1 comentário:

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