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    terça-feira, 14 de julho de 2015

    Rui Costa: «Há momentos que nunca esquecemos»



    "Mesmo considerando que me faltou um título no regresso, despedi-me do meu estádio, perante 50 mil adeptos, num ambiente extraordinário, carregado de emoção... Quando vi a placa com o número dez levantada, senti um vazio tremendo dentro de mim. Há momentos que nunca esquecemos na vida. Esse é um deles"

    Com uma carreira como futebolista que contou com mais de um quarto de século, Rui Costa somou títulos e histórias ao longo de uma vida ligada ao desporto-rei. Em entrevista ao Record, o internacional português recordou os momentos mais importantes do seu percurso.
    A entrada do médio no mundo do futebol deu-se pela mão de Eusébio, que o escolheu entre um grupo com cerca de 500 crianças quando tinha apenas oito anos de idade. O seu nível técnico foi melhorando e, depois de uma época emprestado ao Fafe e de ter ingressado na equipa principal do Benfica, conseguiu ser chamado a marcar presença no Mundial de Sub-20, em 1991.

    Voos mais altos

    O tempo que passou nos encarnados serviu para ganhar notoriedade, o que o fez mudar-se para Florença, em 1994, depois de ter sido falada a hipótese do Barcelona. «A Fiorentina deu-me coisas que, se calhar, outro clube e outra cidade não me teriam oferecido», afirmou, acrescentando: «Perdi por estar ali tanto tempo? Claro que perdi. Ganhei coisas impossíveis de obter noutro lado? De certeza absoluta que sim.» A nível da carreira como internacional português, Rui Costa teve no Euro 96 um dos pontos altos da carreira. «Começámos por dizer ao Mundo que existíamos, embora já nem fosse preciso fazê-lo, tal a qualidade revelada nas camadas jovens e que tinha sido devidamente realçada nos quatro cantos do planeta», contou. Recordando esse Europeu, o médio português lembrou ainda: «Mesmo sabendo que havia seleções mais fortes, tínhamos a certeza de que já ninguém nos atropelava. Fomos eliminados pela República Checa, nos quartos-de-final, e regressámos a casa tristes mas orgulhosos pelo que mostrámos, seguros de que era a primeira de muitas oportunidades que teríamos pela frente.»

    Em 2001, deu um salto na carreira e transferiu-se da Fiorentina para o Milan, clube onde ganhou, entre outros, a Liga dos Campeões e a Liga italiana. Ainda assim, o seu percurso enquanto homem do futebol não estaria completo se deixasse fugir a oportunidade de conquistar um título pela seleção nacional na qualidade de sénior. Realizado em Portugal, o Euro 2004 seria a altura ideal para isso, no entanto, ainda que a equipa das quinas tivesse marcado presença na final, a Grécia levou a melhor sobre os lusos. «Foi penoso porque perdemos com um adversário que nos ganhou duas vezes na mesma competição», afirmou Rui Costa.

    Voltar ao início para terminar

    De regresso ao clube do coração, o atleta terminou o seu longo trajeto futebolístico como havia sonhado. «Sempre imaginei acabar a carreira na Luz, como jogador do Benfica», confidenciou. De qualquer forma, não deixa de ser um marco envolvido em sentimento: «Mesmo considerando que me faltou um título no regresso, despedi-me do meu estádio, perante 50 mil adeptos, num ambiente extraordinário, carregado de emoção... Quando vi a placa com o número dez levantada, senti um vazio tremendo dentro de mim. Há momentos que nunca esquecemos na vida. Esse é um deles», relembrou o médio.
    Com 777 jogos como sénior (entre clubes e seleção), o Maestro, como era por muitos apelidado, marcou para cima de 120 golos, num percurso que teve o fim no lugar onde tudo tinha começado.


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