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    sexta-feira, 24 de novembro de 2017

    Luisão: “Hoje vejo que tudo valeu a pena”


    É uma autêntica viagem! Em entrevista ao "Expresso" e meios Benfica, o capitão recorda 14 anos de águia ao peito. Veja e leia tudo aqui.

    Catorze anos de Estádio da Luz, catorze anos de Luís Filipe Vieira na presidência do Sport Lisboa e Benfica e são também catorze os anos que Luisão leva de águia ao peito. Numa extensa entrevista concedida ao "Expresso" e meios Benfica, o capitão recorda os primeiros tempos no Clube, a evolução como jogador e não esquece quem sempre acreditou no seu potencial. 

    “Fico muito feliz por ouvir isso todos estes anos depois. Significa que apostei na pessoa certa, que confiei nas palavras de uma pessoa com uma índole ímpar e que apostou no meu futuro olhando com os olhos daquela época. Hoje vejo que tudo valeu a pena”, afirmou.
    E viajou-se então no tempo…
    “Quando cheguei aqui vi tudo diferente. Vinha do Cruzeiro, que tinha uma estrutura exemplar em termos de Brasil, e quando cheguei até me assustei um pouco. Mas falei com o presidente e ele disse-me logo qual era a ideia, onde o Benfica queria chegar, deu-me tranquilidade, e era só trabalhar porque as coisas estavam a mudar. E, graças a Deus, no ano em que cheguei conseguimos conquistar logo a Taça de Portugal, que foi muito importante. Retomámos confiança, no ano seguinte vencemos o Campeonato Nacional, foi muito bom, e hoje a estrutura do Benfica é tudo isso que o mundo inteiro vê”, começou por relembrar Luisão, falando da sua chegada em 2003.
    Luisão subiu a pulso, é hoje uma referência de Mística e Benfiquismo… mas não foi fácil! Foi preciso lutar muito, mudar formas de pensar e trabalhar ainda mais.
    “Saí do Brasil já na Seleção Brasileira, com um título de campeão brasileiro no Cruzeiro, e com outros títulos e até campeão na seleção. A minha ideia era chegar até aqui com aquela confiança toda e afirmar-me, mas, infelizmente, eu era muito novo também, cheguei sozinho e também as lesões que tive atrapalharam um pouco. Muitas vezes eu estava a recuperar de lesões e o Camacho dizia-me que eu tinha de voltar, nem que fosse um bocadinho antes, porque ele contava comigo dentro de campo, mesmo com as limitações que eu tinha… e isso não chega até ao torcedor! Os adeptos e a Imprensa cobravam-me de uma forma… mas eu não estava a cem por cento. Na altura isso foi-me colocando para baixo, havia muita gente a duvidar daquilo que eu poderia render e até me passou pela cabeça voltar para o Brasil. Mas dentro do Benfica, em conversas com várias pessoas, com o psicólogo também, mostraram-me que era aqui que eu tinha de vencer. Eu mudei a ideia, comecei a trabalhar mais ainda e tudo mudou”, revelou o capitão.
    Foi uma conversa informal, eu estava a sair do Estádio, a ir para o carro, e numa conversa breve e informal, ele conseguiu mudar aquela minha tristeza, a minha forma de pensar, a falta de confiança… Foi muito importante. Assim como o Benfica é exemplo no mundo todo na parte da nutrição, preparação física, o LAB, o trabalho individualizado que faz com cada um de nós, a parte psicológica é mais uma que soma para que um jogador esteja sempre bem”, acrescentou relativamente à conversa determinante que teve na altura com o psicólogo do Clube.

    “Sou um fascinado pela arte de defender”
    Como é que tudo começou?
    “O meu pai foi jogador, chegou até à intermediária no Brasil, a 2.ª Divisão. O meu pai foi o meu primeiro incentivador, o meu primeiro treinador. Com cinco anos, ele começou a dar treinos numa escolinha de futebol e no primeiro dia era só eu e ele. Ninguém mais apareceu naquele dia e o meu pai conta que eu dizia-me 'vamos embora' e ele respondia-me 'não, vamos ficar e vamos treinar. É a Escolinha. Começa aqui!'. Depois vieram mais jogadores”, recordou entre risos.
    “Até ao nível do posicionamento dentro de campo ele foi determinante. Eu jogava a trinco e quando comecei a crescer o meu pai disse-me que era melhor eu jogar a central, porque teria um futuro melhor. Isso tudo eu devo ao meu pai. Poucas pessoas sabem que desde o começo, desde dentro de casa, eu já tinha a cobrança, as coordenadas do que precisava de fazer para ser jogador de futebol. Ao longo de toda a minha carreira tentei sempre que o meu pai sentisse orgulho em mim e ainda hoje continuo a trabalhar para que ele venha ver os meus jogos e que o pessoal elogie por tudo o que tenho sido no Benfica”, revelou o central.
     “Ele teve a inteligência de perceber que eu no meio não estava a dar, não estava a acompanhar o ritmo. Para mais, eu tinha bronquite, graças a Deus passou, diminuí mais uma etapa no campo e foi ali que deu os frutos”, acrescentou.
    Luisão é um apaixonado pela arte de defender e explica que esse fascínio vem desde muito cedo.
    “Tenho um fascínio pela arte de defender, maior do que propriamente por fazer o golo, que é o que toda a garotada gosta de fazer. Até hoje, fico feliz por um bom posicionamento na defesa ou um corte sem encostar no adversário… Isso para mim é fascinante e já penso assim desde muito garoto”, revelou.
    No que toca à sua evolução, olhando para trás, são dois os nomes que destaca e explica os motivos.
    “Costumo destacar o Quique Flores, porque quando chegou aqui trouxe algumas ideias mais evoluídas no que toca ao posicionamento da defesa, e depois o treinador com que ficámos mais tempo que foi o Jorge Jesus. Para mim, foi aquele treinador que chegou no momento certo para a minha carreira crescer como jogador”, disse.
    Com o passar dos anos, Luisão tem sido confrontado com o facto de já não ter a mesma rapidez de então…
    “As pessoas de fora costumam colocar rótulos. Se fosse para ser assim tão rápido talvez fosse melhor optar por outro desporto”, disse.

    “O rápido está na maneira de pensar e reagir! Qual a diferença do rápido? Aquele que já está bem posicionado ou aquele que está mal posicionado e depois tem de dar um sprint para recuperar? Na minha opinião o rápido é aquele que está taticamente bem posicionado. Na minha cabeça isso está bem definido e é o que sempre tentei fazer na minha carreira. Entender o futebol de uma maneira mais tática para que o meu rendimento crescesse”, afirmou de forma taxativa.

    Como descreve o seu papel dentro de campo? A experiência é fulcral?
    “Dou o meu pequeno contributo. Temos jogadores muito inteligentes aqui no plantel. A experiência e aquilo que aprendi tento passar para os outros”, concluiu Luisão em entrevista ao "Expresso" e meios Benfica.




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